
O descarte correto de resíduos industriais é uma responsabilidade ambiental crítica, mas quando falamos de efluentes contaminados com óleos e graxas, o cuidado deve ser ainda maior.
Mesmo em pequenas quantidades, esses resíduos podem causar impactos ambientais severos uma vez que, apenas 1 litro de óleo, é capaz de poluir até 25 mil litros de água, segundo a Sabesp.
Como resultado, o lançamento inadequado de emulsões oleosas e demais efluentes não tratados em corpos hídricos prejudica a fauna, a flora e compromete a qualidade dos recursos naturais. Sem contar que a formação de películas sobre a água impede a oxigenação e afeta diretamente a vida aquática, além de representar riscos à saúde humana por meio da contaminação da cadeia alimentar.
Diante desse cenário, é fundamental que empresas e indústrias adotem soluções seguras para destinação — E neste artigo você entenderá tudo sobre o assunto. Vamos lá?
Qual a composição de um efluente contaminado com óleos e graxas ou emulsão oleosa?
Para compreender por que o descarte correto exige tanta atenção, o primeiro passo é conhecer a composição desses resíduos.
A formação de um efluente contaminado com óleos e graxas ou emulsão oleosa pode variar bastante em função do processo industrial de origem, mas em geral, ele reúne substâncias com alto potencial poluidor, como:
- Óleos e Graxas (OG)
Mesmo que pareça óbvio, é importante ressaltar: os óleos e graxas constituem a parte mais evidente da contaminação. Substâncias, como óleos lubrificantes, hidráulicos e até mesmo o diesel, tem sua base líquida oleosa. Já as graxas têm uma textura mais espessa e costumam conter hidrocarbonetos e aditivos metálicos, o que eleva seu grau de toxicidade.
- Óleos minerais
Complementarmente, entre todos os tipos, a presença de óleos minerais merecem atenção especial. Amplamente utilizados em processos industriais e automotivos, eles são insolúveis em água e apresentam baixa biodegradabilidade, tornando-se uma ameaça significativa ao meio ambiente.
- Sólidos em suspensão
Além disso, é comum encontrar nos efluentes oleosos partículas sólidas, como areia, cavacos de metal, rejeitos de borracha e sujeira acumulada. Esses sólidos dificultam o tratamento e, muitas vezes, precisam ser separados em etapas iniciais do processo.
- Metais pesados
Em algumas situações, os resíduos carregam metais pesados resultantes do desgaste de peças metálicas ou do uso de aditivos. Entre os mais comuns estão chumbo, mercúrio, cádmio, zinco, cobre e níquel; todos elementos altamente tóxicos e persistentes no ambiente.
- Produtos químicos diversos
Por último, um efluente oleoso pode incluir detergentes e tensoativos usados na limpeza de equipamentos, que alteram a emulsão do óleo na água. Ainda podem estar presentes aditivos industriais, como antioxidantes, anticorrosivos e antiespumantes, além de ácidos ou álcalis, que modificam o pH do resíduo e exigem tratamento específico.
Leia mais: Tratamento de efluentes: conheça 5 etapas do método físico-químico
6 impactos do descarte incorreto de efluentes oleosos

Como vimos, a composição dos efluentes contaminados com óleos e graxas é complexa e consideravelmente tóxica. Por isso, o descarte incorreto de resíduos desse tipo pode gerar uma série de consequências graves que vão até mesmo além da poluição hídrica que citamos lá no início.
Em outras palavras, a negligência de tratamento traz prejuízos tanto ambientais quanto sociais, econômicos e até jurídicos, incluindo:
- Contaminação do solo
Assim como acontece com os recursos hídricos, óleos e graxas dificultam a absorção de nutrientes pelas plantas, comprometendo a fertilidade do solo. A contaminação também pode se espalhar por lençóis freáticos e atingir áreas vizinhas, tornando o local improdutivo por longos períodos. - Desequilíbrio ecológico
A presença de metais pesados, tensoativos e outros agentes químicos interfere diretamente na cadeia alimentar e pode levar à extinção de espécies sensíveis à poluição. Esse desequilíbrio se reflete em todo o ecossistema, afetando atividades econômicas ligadas à pesca e ao turismo, por exemplo. - Riscos de contaminação à população local
Quando não tratados, os efluentes oleosos ainda podem se infiltrar em mananciais utilizados pela população e gerar riscos à saúde, como irritações cutâneas, doenças gastrointestinais, neurológicas e respiratórias, dependendo do grau e tempo de exposição. - Multas e sanções ambientais
A legislação ambiental brasileira também é clara quanto à responsabilidade das empresas em relação ao tratamento e ao descarte de resíduos oleosos. O não cumprimento dessas normativas certamente resultará em multas expressivas, interdições e até ações civis e penais, prejudicando o funcionamento da operação ou mesmo, em casos muito graves, a detenção dos responsáveis. - Prejuízos à imagem corporativa
Por fim, além dos danos ambientais e dos prejuízos financeiros diretos, o envolvimento em episódios de contaminação podem manchar a reputação da empresa perante o mercado e a sociedade. Traduzindo: em um cenário cada vez mais orientado à sustentabilidade, isso afetará parcerias, vendas e o valor de marca.
Descarte correto de resíduos: como deve funcionar a destinação de efluentes oleosos?
Para evitar todos esses impactos, é preciso saber lidar com os efluentes oleosos em todo o ciclo: desde a sua geração e armazenamento, até a destinação final. Isso porque, dada as suas características, esse tipo de resíduo pode causar poluição a partir dos primeiros momentos em que é gerado.
Cada indústria terá suas particularidades em relação a gestão, mas basicamente, um processo adequado é fundamentado em 4 pontos principais:
- Armazenamento segregado
Antes mesmo do transporte e tratamento, é essencial garantir que os efluentes oleosos sejam armazenados corretamente, uma vez que a segregação evita reações químicas indesejadas, facilita a identificação do tipo de resíduo e melhora a eficiência dos processos posteriores.
O ideal é utilizar tanques específicos para efluentes oleosos, confeccionados com materiais resistentes à corrosão e com sistemas de contenção para evitar vazamentos. A sinalização adequada e o monitoramento contínuo do volume e das características também são fundamentais para a segurança operacional.
- Transporte por empresa licenciada
O transporte desse tipo de resíduo deve ser feito exclusivamente por empresas autorizadas e que possuam cadastro ativo nos órgãos ambientais, como o CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental). Além disso, o uso de veículos específicos, com contenção secundária e rotas traçadas de forma segura, garante que o material chegue ao destino sem riscos de vazamento ou acidentes.
Complementarmente, o acompanhamento documental (como o MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos) assegura a rastreabilidade e transparência em todo o percurso, sendo uma exigência da Resolução CONAMA nº 362/2005 e de legislações estaduais complementares.
Tratamento especializado em ETEs
Nas Estações de Tratamento de Efluentes especializadas, os efluentes oleosos devem passar por processos físico-químicos robustos. A exemplo, a quebra ácida ajuda a desestabilizar emulsões entre óleo e água, permitindo a separação das fases.
Em conjunto, podem ser aplicadas outras técnicas, como flotação, precipitação química e decantação, que ajudam a remover impurezas, metais e compostos orgânicos. Determinados casos ainda podem requerer o uso de coagulantes e floculantes específicos para potencializar a eficiência do tratamento.
De todo modo, o objetivo é reduzir a carga poluente e garantir que a água final esteja dentro dos parâmetros exigidos por normas ambientais, como as estabelecidas pelo CONAMA.
Destinação final adequada
Após o tratamento, a fração líquida que atinge os padrões de qualidade pode ser descartada em corpos hídricos ou até reutilizada em processos industriais, dependendo da viabilidade técnica e econômica.
Já os subprodutos sólidos – como a borra oleosa, os lodos resultantes da decantação e os resíduos da flotação – também vão precisar de um outro tratamento e destinação específica. Esses resíduos podem ser encaminhados para coprocessamento em fornos industriais (como os da indústria cimenteira) ou enviados para aterros industriais classe I, que são devidamente licenciados e que garantem a disposição final segura.
Carbono: tornando a sua gestão de efluentes oleosos mais prática, segura e eficiente

De fato, é um processo relativamente complexo, que exige atenção, esforços contínuos e muito cuidado. Mas sabia que dá para simplificar tudo isso?
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